Brasil Terra em Transe - A arte actual brasileira

Beatriz Milhazes

Rio de Janeiro, RJ — 1960
O Diamante
O Diamante

O universo pictórico de Beatriz Milhazes paraleliza com a alegria trazida pelas festas populares brasileiras, sobretudo, com o carnaval carioca. A profusão de cores e movimentos circulares, nos passa a impressão de que a qualquer momento os motivos migrarão das telas, transformando a parede em um desfile de escola de samba na Marques de Sapucaí. Podemos ver a comissão de frente, os passistas, os carros alegóricos e o povo sambando, em uma transmutação marcada pela beleza e o fascínio. Há pulsação de vida, oração, mergulho, meditação: conexão com o divino. Há alguns anos a artista deu a seguinte declaração: "(...) Pela primeira vez, estou pensando em voz alta que, no trabalho com a cor, faço uma ligação entre vida e pintura. O carnaval - uma festa popular brasileira frenética - sempre me estimulou com seu visual, atmosfera, loucura, beleza etc. Os desfiles, com suas combinações de cores e conceitos, são muito malucos, mas por outro lado todas essas coisas estão muito longe da pintura, do meu ateliê, do meu cotidiano. Ao contrário de Hélio Oiticica, que também trouxe referências do carnaval para o seu trabalho, eu jamais, em nenhum momento, fiz parte do mundo do samba ou do carnaval. E nunca quis fazer parte. Sou uma carnavalesca conceitual. O mesmo acontece com a cultura psicodélica e a religião, ainda que eu acredite em Deus. Acho que uma caminhada na praia é a melhor maneira de conectar geometria séria e carnaval" (Beatriz Milhazes. Mares do sul. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 2002. p.92).

Sobre

Biografia

Adicionar Alt no backofficeAdicionar Alt no backofficeAdicionar Alt no backoffice

Beatriz Milhazes

Rio de Janeiro, 1960

Vive e trabalha no Rio de Janeiro

É formada em Comunicação Social. Ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 1980, onde estudou até 1983. Como professora de pintura e coordenadora de projetos educacionais, lecionou até 1996. Milhazes é considerada uma das mais importantes artistas brasileiras. Consolidou sua carreira no circuito nacional e internacional de Artes Plásticas com participação em Bienais de Veneza (2003), São Paulo (1998 e 2004) e Shangai (2006). Exposições com um panorama atual de seu trabalho em museus e instituições prestigiosas, como na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2008); Fondation Cartier, Paris (2009); Fondation Beyeler, Basel (2011); Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2012); no Museo de Arte Latinoamericano (Malba), Buenos Aires (2012); Paço Imperial, Rio de Janeiro (2013), Pérez Art Museum, Miami, USA (2014/2015), White Cube Gallery, Londres (2018) e MASP – Museu de Arte de São Paulo (2020). É representada pelas galerias de arte Fortes D'Aloia e Gabriel(FDAG), Max Hetzler Gallery, White Cube Gallery e Pace Gallery.

Suas obras integram as coleções do Museum of Art, New York;MoMA – The Museum of Modern Art, New York;Solomon R. Guggenhein Museum, New York; SFMoMA – San Francisco Museum of Modern Art, San Francisco; MNBA – Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo; Instituto Itaú Cultural, São Paulo; Fundação Edson Queiroz, Fortaleza; Museum of Contemporary Art, Tokyo Art Museum, Tokyo; 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; Fondation Beyeler, Basel; Centre Georges Pompidou, Paris; Tate Modern, Londres.

Biografia

Textos

The Americas Issue

Adriano Pedrosa

Artnet News

Sarah Cascone, 2020

Where Women and Artists of Color Set the Tone

Hilarie M. Sheets, The New York Times, 2020