Brasil Terra em Transe - A arte actual brasileira

Fernanda Gomes

Rio de Janeiro, RJ — 1960

Fernanda dedica a sua atenção para o que é minúsculo, irrisório, desprezível. Realça, assim, o imperceptível, dando-lhe um lugar destaque, mesmo que temporário. Há uma relação mútua de invisibilidade entre suporte e objeto que se desdobra em arquitetura delicada, atravessada por uma pretensa precariedade visual. A potência distribui-se na harmonia gestada pela artista ao compreender a memória inerente as estruturas. Tudo vibra, pois, na verdade, a inércia é uma ficção. Para a curadora Ligia Canongia, "Fernanda Gomes dirige sua atenção para os pequenos formatos. Escolhe os objetos cuja 'insignificância' seja tão obvia que acabe por realçar ou promover a níveis máximos a sua redenção no âmbito da arte. Objetos pequenos, por vezes minúsculos, gastos e usados, despersonalizados por um consumo mecânico e desatento, tornam-se, no universo da preservação fantástica e imaginária da artista, verdadeiras relíquias. E o próprio termo relíquia confere um senso de raridade e preciosidade ao objeto 'apropriado', originalmente desprovido de qualquer interesse, gerando aí o grande paradoxo do trabalho".

Sobre

Biografia

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Fernanda Gomes

Rio de Janeiro, 1960

Vive e trabalha no Rio de Janeiro

Maria Fernanda Corrêa Gomes estuda na Escola Superior de Desenho Industrial - Esdi da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, entre 1977 e 1978. A partir de 1984, atua como designer de projetos gráficos. Apresenta sua primeira exposição individual na Galeria Macunaíma, no Rio de Janeiro, em 1988. A artista realiza suas obras com objetos de uso cotidiano e trabalha constantemente com elementos frágeis e transitórios. Cria principalmente instalações, explorando em seus trabalhos as propriedades dos materiais que as compõem e seus significados afetivos. Participa, entre outros, do evento Arte Cidade: a Cidade e Suas Histórias, ocorrido em São Paulo, em 1997. Desde o fim da década de 1990, sua obra tem repercussão no exterior, sendo objeto de análise em artigos publicados em periódicos especializados como Art News, Artforum, ArtNexus e Art in America. Em 2000, recebe o 4º Prêmio Scipione, em Macerata, na Itália. Em exposição ocorrida em 2002 na Adam Art Gallery, Wellington, na Nova Zelândia, realiza intervenções e explora características do espaço expositivo, como por exemplo, os tons criados pela incidência da luz natural. Em trabalhos recentes, como o realizado numa capela do século XV, no Museo de Arte Contemporáneo Español, em Valladolid, na Espanha, em 2005, utiliza pequenos objetos cotidianos, pedras e materiais orgânicos para intervir no espaço expositivo.

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