Brasil Terra em Transe - A arte actual brasileira

Rosângela Rennó

Belo Horizonte, MG — 1962

Rosangela Rennó desenvolve o seu interesse, enquanto artista, no campo da expansão da imagem, seja como tradução de uma realidade mediada pela fotografia / cinema ou pela imprensa / propaganda, onde os estereótipos cumprem uma função de controle. O que lhe interessa não é o inédito, mas o que já existe e pode ser reprocessado. Em muitas obras, apropria-se de negativos e fotogramas descartados, para construir um inventário atravessado, sobretudo, por questões associadas a memória e seus desdobramentos em um contexto que estimula os apagamentos como estratégia colonialista para diluir identidades. E é a partir de imagens pouco legíveis que a artista revela o quão fundamental são as histórias de cada um dos inúmeros anônimos que habitam o seu trabalho. Para o curador Gabriel San Martin: “Se existe boa fotografia contemporânea no Brasil, certamente Rosângela Rennó é instransponível nesse horizonte. Com mais de 35 anos de prática artística, Rosângela desenvolveu um trabalho amplo e consistente, que introduziu possibilidades diversas à arte contemporânea nacional. Seja na dimensão da fotografia expandida e objetiva ou no que tange à memória e aos efeitos da colonialidade, a ambição de suas questões nunca se satisfez em lidar meramente com as expectativas corriqueiras do contemporâneo. Pelo contrario, ela procura densidade”.

Sobre

Biografia

Adicionar Alt no backofficeAdicionar Alt no backoffice

Rosângela Rennó

Belo Horizonte, 1962

Vive e trabalha no Rio de Janeiro

Formou-se em Artes Plásticas pela Escola Guignard e em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais. É doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Sua obra é marcada por apropriação de imagens descartadas, encontradas em mercados de pulgas e feiras, e pela investigação das relações entre memória e esquecimento. Em suas fotografias, objetos, vídeos ou instalações, trabalha com álbuns de família e imagens obtidas em arquivos públicos ou privados. Dedica-se também à criação de livros autorais.

[PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS]

Estação Pinacoteca (São Paulo, 2021), Museum Für Angewandte Kunst Köln MAKK, (Cologne, 2021), Instituto Moreira Salles; (Rio de Janeiro, 2017/2018), Oi Futuro (Rio de Janeiro, 2016), Photographers’ Gallery (Londres, 2016), Centro Atlântico de Arte; Moderno CAAM (Las Palmas, 2014), FotoMuseum (Winterthur, 2012), Centro de Arte Moderna CAM - Fundação Gulbenkian; (Lisboa, 2012), Centro de Fotografía (Montevidéu, 2011), Pharos Center for Contemporary Art (Nicosia, 2009), Prefix Institute; Contemporary Art (Toronto, 2008), Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães MAMAM (Recife, 2006), Centro Cultural Banco do Brasil CCBB (Rio de Janeiro, 2003), Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, 2002), Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2001), Australian Center for Photography ACP (Sydney, 1999), Museum of Contemporary Art MOCA (Los Angeles, 1996), Appel Foundation (Amsterdã, 1995).

[PRINCIPAIS PARTICIPAÇÕES EM EXPOSIÇÕES COLETIVAS]

Le Supermarché des images, Red Brick Art Museum (Chaoyang, 2021), Le Supermarché des images, Jeu de Paume (Paris, 2020), Pan y Circo: Appease, Distract, Disrupt, Another Space (Nova York, 2019), Lost and Found, ICA (Singapura, 2019), CAFA Art Museum, (Pequim, 2018), Confusing Public and Private, The 3rd Beijing Photo Biennial, Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, Wexner Center for the Arts (Ohio, 2014), América Latina 1960-2013, Fondation Cartier (Paris, 2014), Intense Proximity - La Triennale de Paris, Palais de Tokio (Paris, 2012), BES-Photo Award 2012, Museu Berardo (Lisboa, 2012), 12a Bienal de Istambul (2011), A sense of Perspective, Tate Liverpool (2011), Magical Consciousness, Arnolfini (Bristol, 2011), 22a e 29a Bienal Internacional de São Paulo (1994 e 2010), Elle@centrepompidou - Artistes femmes dans les collections du Musée National d'Art Moderne (Paris, 2010), Óscar Muñoz y Rosângela Rennó. Crónicas de la Ausencia, Museo Rufino Tamayo (Mexico City, 2009), ArtesMundi 3, Museum of Art of Wales (Cardiff, 2008), 1a Bienal de Nova Orleans (Nova Orleans, 2008), Phantasmagoria, Specters of Absence, Museo de Arte Contemporáneo (Bogotá, 2007), Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna (São Paulo, 2005), Histoires des Amériques, Musée d'Art Contemporain de Montréal (2004), Pavilhão Brasileiro, 50a Bienal Internacional de Veneza (2003), 2a Bienal de Joanesburgo (1997), 2a Bienal de Berlim (2001), Insite97 (San Diego e Tijuana, 1997), Aperto93, 45a Bienal Internacional de Veneza (1993).

[PRINCIPAIS PRÊMIOS]

CIFO Grants & Commissions Program (Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, 2014). Photobook of the year (Paris Photo - Aperture Foundation Photobook award, 2013). Historical Book Award (Les Rencontres d’Arles, 2013). 1o ALICE Awards - Artistic Landmarks in the Contemporary Experience (Global Board of Contemporary Art, 2012). Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro, São Paulo, 2004). 13o International Festival of Electronic Art (VideoBrasil, São Paulo, 2001). Bolsa Guggenheim (John Simon Guggenheim Memorial Foundation, New York, 1999).

Biografia

Textos

Rosângela Rennó: quase documento

Gabriel San Martin

Pequena e Grande Memória

Lisette Lagnado

Rosângela Rennó: O artista como narrador

Paula Alzugaray

Mesmo diante da imagem mais nítida, o que não se conhece ainda

Moacir dos Anjos