Brasil Terra em Transe - A arte actual brasileira

Série LUZZ

Xico Chaves 1979 - 1986

Material

Minerais e resina acrílica sobre tela

Dimensões

130 X 100 cm

Acervo

Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

Galeria

Sobre a obra

Arqueoplanos corresponde a uma série de pinturas sobre tela e papel que dá sequência à série Lummens. Estes trabalhos são realizados sobre a areia da praia dos Amores, na Barra da Tijuca (RJ), bem como no ateliê do artista, no mesmo local. Os pigmentos, minerais e resinas são transportados para o tecido, sobre a areia, na baixa da maré, ou sobre dunas, onde se dá o processo de pintura em diversas camadas, tempos de secagem e incorporação de marcas e registros de objetos. A proximidade do mar, do canal e de uma colônia de pescadores propicia a agregação de diversas formas orgânicas e detritos deixados pelos passantes. É como se fenômenos geológicos e arqueológicos ocorressem ao longo do tempo, em um lugar onde a terra se encontra com a água, possibilitando a interação dos dois elementos.

Os objetos simulam diálogos entre si, em diferenças de tempo, em distâncias históricas conjecturadas, mas metricamente muito próximas.

É como se uma camada de sedimentos fósseis de 2 mil anos estivesse apenas há alguns milímetros de um objeto industrial atual. Como se estivessem quase no mesmo plano um fóssil de espinha de peixe e uma bisnaga de pasta de dentes vazia. A pintura confunde-se com relevos e texturas, de forma a incorporar minerais não incidentes ali, trazidos de longe, com areias e sedimentos locais. Evidencia-se a presença de elementos que tiveram vida ou que ainda vivem, mas que parecem existir quase que simultaneamente. O que é efêmero ou permanente não importa. O que importa é terem deixado registros, por intervenção de um terceiro agente humano ou geográfico. São planos que se intercalam e não se definem apenas pelo olhar. As reflexões sobre este conceito de tempo, matéria e materialidade se desdobram para dar suporte à multiplicidade de objetos e pinturas que vão surgindo, paralelamente, em ateliê e no local da ação, transformado em um espaço extenso de experimentação ao ar livre. Esse processo resulta em uma quase saturação de formas, volumes e “coisas” que se integrarão e formarão um conjunto de fragmentos e “objetos intercalares”

Sobre